terça-feira, 31 de julho de 2012

* COMO OS MARINHEIROS PODEM SE PREPARAR PARA OS NOVOS DESAFIOS


Profissão marinheiro

Como os marinheiros podem se preparar para os novos desafios trazidos pela evolução do mercado náutico.

O  mercado náutico mudou muito nos  últimos anos. Os barcos ganharam tecnologia, tamanho e materiais sofisticados. O número deles navegando também cresceu graças ao acesso facilitado ao crédito e à tecnologia aplicada, que os tornaram mais acessíveis a um número cada vez maior de pessoas.


Essas exigências demandaram por uma mão de obra mais especializada para cuidar das embarcações.

Para Luiz Carlos Ferreira Pontes, o Luizão, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Aquaviários do Guarujá e Região (SINTAGRE), os marinheiros estão se adaptando. “Antigamente os pescadores eram recrutados porque conheciam bem o mar. Hoje em dia o profissional precisa se atualizar para estar capacitado e saber lidar com o barco.”

Administrar um barco com mais de 50 pés é uma tarefa complexa. É preciso ter noções de mecânica, eletrônica, elétrica, além é claro, de navegação e meteorologia. Maximilian Gorissen, proprietário da BoatingBrasil, empresa de gestão de embarcações, tem entre os serviços oferecidos, a preparação e desenvolvimento do marinheiro.

“O mercado precisa hoje, dada a complexidade nas embarcações, e a necessidade premente dos proprietários por lazer sem preocupação, de mais pessoas pensando em assumir a ‘profissão’ de marinheiro como uma carreira e de se desenvolver e crescer dentro deste mercado.”

Regulamentação

Uma das bandeiras do SINTAGRE é pela regulamentação da profissão de marinheiro. A reinvindicação é pela criação de uma nova categoria de tripulante, denominada  Marinheiro de Esporte e Recreio.

“A regulamentação vai estabelecer os conhecimentos e requisitos mínimos para um marinheiro de esporte e recreio poder trabalhar”, explica Luizão.


Dicas para um bom patrão:

- marinheiros são profissionais que devem ter registro em carteira, com todos os direitos legais;
- não permita ou incentive o marinheiro ao uso de bebidas alcoólicas durante o exercício de suas atividades;
- elabore junto com o marinheiro um procedimento padrão com todos os itens que devem ser verificados e notificados por ele caso haja qualquer problema;
- por cuidar de um patrimônio considerável, o marinheiro deve ser um profissional experiente e responsável;
- trate o marinheiro com urbanidade na frente de convidados, evitando humilhações;
- instrua-o em como ele pode ser prestativo e firme com os convidados;
- invista e incentive o marinheiro a realizar cursos para adquirir conhecimento de aspectos técnicos do barco, mecânica, resgate, etiqueta e primeiros socorros;

Dicas para um bom marinheiro:

- treinar as habilidades em situações de emergência, como incêndios, navegação com mau tempo ou pessoas ao mar;
- se a navegação estiver sob sua responsabilidade, não ingira bebida alcoólica;
- evitar gírias e palavrões na presença do proprietário da embarcação e seus convidados;
- treinar a habilidade na atracação, e dominar os principais nós para amarração em defensas;
- comunicar as partidas e chegadas, além de informar com clareza as ocorrências às salas rádios;
- transmitir confiança e tranquilidade, mas principalmente, agir com responsabilidade, para manter em segurança as pessoas a bordo;
- atualizar-se constantemente sobre as mudanças tecnológicas e ter domínio sobre os principais equipamentos a bordo;
- estabelecer um procedimento de checagem rigoroso com os itens a serem verificados no barco;

O Ministério do Trabalho e Emprego reconhece a profissão de Marinheiro de Esporte e Recreio, que já se encontra registrada na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO). Porém, o Regulamento de Segurança do Tráfego Aquaviário (RLESTA), onde são definidos os diversos grupos de profissionais, prevê apenas duas categorias distintas de condutores: amadores, que podem conduzir embarcações, de forma não profissional, voltadas, geralmente, para o transporte de curta distância e o lazer, e aquaviários, encarregados de conduzir embarcações comerciais, voltadas para o transporte coletivo de pessoas ou de carga de maior volume.

Luizão conta que as negociações com a Marinha para alterações na RLESTA estão caminhando. “A reunião com o Departamento de Portos e Costas (DPC), no Rio de Janeiro, foi muito boa para abrir a porta para o diálogo. O projeto da regulamentação depende da negociação com a Marinha para continuar a tramitação no Congresso.”

Exigência profissional

A capacitação profissional é outra necessidade para poder cuidar de barcos cujo valor pode chegar à casa de milhões de reais. A evolução tecnológica em equipamentos  como motores, geradores, navegadores e radares são constantes. O SINTAGRE busca parcerias com diversos fabricantes e fornecedores para treinamentos gratuitos. “Muitos marinheiros têm a carteira para rádio operador da Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) graças a essas parcerias”, destaca Luizão.Obrigatoriamente, o marinheiro precisa ter habilitação de arrais, mestre amador ou capitão.

Mas é fundamental se aperfeiçoar. Saber se comunicar com clareza e objetividade e se organizar no ambiente de trabalho. Apresentação pessoal, asseio e limpeza são
itens prioritários. Deixar o barco sempre pronto para o uso é uma tarefa corriqueira, mas também é importante manter uma lista de checagem do barco para evitar imprevistos.

Outros cursos importantes são primeiro socorros, etiqueta, culinária e até mesmo uma segunda língua. São conhecimentos que podem ser úteis em situações inesperadas e que enriquecem o currículo. Na era da tecnologia, manter-se atualizado é fundamental.

Fonte: Marina Nacionais

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